"Meu cliente é meu patrão!"

Por Mauricio Nadal

Patrão é o modo como Vera Noronha, vendedora de caldo de cana da feira do Brooklin intitula seus fregueses. Com 44 anos, trabalhando no ramo há vinte, ela segue uma tradição familiar, pois seus pais eram feirantes.Durante a entrevista, Vera deixou bem claro toda a paixão que tem pelo emprego. "É um trabalho que engrandece (...) feirante gosta de ser feirante", diz ela. Também comenta como é fundamental tratar bem os clientes. "Simpatia é o mais importante. Às vezes, ele nem quer tomar meu caldo de cana, mas acaba tomando por causa da nossa amizade (...) tem que ter o dom de convencer o freguês, de trazê-lo para você, atraí-lo para o seu local de trabalho".A feirante fala com muito carinho sobre as amizades nascidas em seu ambiente profissional, afirmando que as feiras são especiais porque é o tipo de comércio onde vendedor e consumidor possuem um grande vínculo de amizade. Apesar da vida sacrificada de acordar cedo e do longo dia de trabalho, Vera não se imagina em outra profissão pois ama o que faz: "Meus clientes são as coisas mais importantes para mim depois da minha família".